terça-feira, 17 de agosto de 2010

Inabilidades com o eu II (sobre o sentido da luz)

O princípio da luz perpassa a história da arte desde as pinturas rupestres, tendo seu auge nas obras impressionistas de pintores como Van Gogh. A luz, porém, também foi pensada pela filosofia grega platônica, sendo associada ao Divino. Neste caso, seu oposto seria a matéria, densa e obscura.

Desde a escola barroca, com destaque para o Romantismo, a luz foi utilizada como técnica para acentuar a dramaticidade nas telas, pelo contraste entre luz e sombra. É sobre essa luz dramática que penso quando volto-me para dentro de mim e reflito quanto à aprendizagem. Explico.

A sensação de ser pequeno para meu corpo era (e talvez ainda seja um pouco) acompanhada da impressão de encontrar-me disperso no escuro de-dentro. Perdido. Encolhido. E, claro, essa situação era incômoda. Mas nem por isso desesperadora. Era como estar em um quarto com a porta e as janelas fechadas.

Essa escuridão, para mim, tornava-se uma forma de incompreensão: de meu eu, da vida - a existência como um todo. Não que hoje eu compreenda tudo, pelo contrário, entendo a compreensão como um processo ininterrupto, não como um fim. E creio me encontrar agora no caminho para este processo.

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